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Baterias Acústicas Para discutir marcas, modelos, pormenores, etc de baterias acústicas


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Não lido Ter, 3 de Fevereiro de 2009   #1
SilverDrummer
 
Membro desde: 8-Jan-2009
Local: Coimbra
Mensagens: 514
SilverDrummer é uma jóia em brutoSilverDrummer é uma jóia em brutoSilverDrummer é uma jóia em bruto
Estudo: A importância das Bordas nos cascos dos tambores (em inglês: 'bearing edges')

Andei a pesquisar umas cenas na net e venho partilhar aquilo que vi sobre a importância da borda dos tambores.

A borda é à parte que deveria estar em contato com a pele constantemente, e é o elemento essencial no ganho do sustain ou perda deste.

Se usa um jogo de tambores “vintage”, ou algo nesse gênero, o primeiro a se tomar em conta é a época ou a tecnologia utilizada e compreender que aqueles tambores foram desenhados para produzir um som que reflete o que era popular naquela época.

Qualquer um pode rapidamente determinar ate que ponto seu set será possível de ser afinado de um modo mais ressonante, independentemente das habilidades do “afinador” ou as peles utilizadas. Se depois de uma minuciosa observação a conclusão é que o tambor tem algum defeito de construção, repense o desejo de trocar as peles por novas, pois o som que você tem em mente simplesmente não será possível apenas trocando as peles, em outros casos com certeza pode funcionar.

Apenas pelo fato de tirar a pele de um dado tambor, a resposta haverá de estar ali, bem na sua frente. Muitos tambores antigos foram manufaturados com ângulos nas bordas entre 35º e 60º de chanfro na parte interna do casco. Na parte exterior do tambor, em muitos casos a borda é arredondada, em oposição de técnicas modernas de fabricação. Agora some a isto, um aro deformado ou torto, então não haverá a menor importância em qual pele foi escolhida, sempre haverá um elemento de distorção no som. Quanto mais próximo se chega a uma borda achatada, sem ângulo, ou uma borda de ate 35º, tanto interna quanto externa, ou até arredondada, dependendo dos casos, o tambor mostrará mais e mais distorções ou som de cartão. Com tambores mais modernos, geralmente com bordas a 45º, e uma superfície de apoio com menos de 1,5 mm, o sustain é mais eficaz..

A chave não é o formato do corte e sim o jeito que este interage com a pele sob tensão. É esta fina linha de área sob a pele no interior do tambor que no contato com ela (ou não), que irá produzir a tonalidade na circunferência total.

Se você passar o dedo suavemente pela face da pele, o efeito imediato será de abafar o som. Se a borda tiver uma superfície de contato de, digamos, 0,07 mm, a área total de contato num timbalão de 12” será de 2,97 cm quadrados, ou a mesma coisa que pegar a ponta do seu dedo indicador e apoiá-la na pele. Agora se dobramos o tamanho do que parece insignificante ( 1,4 mm ) contra os 0,07 mm do exemplo anterior, pode-se imaginar como esta pequena mudança afetará o som devido a superfície de contato entre a pele e a borda. Em nosso exemplo, seria como apoiar dois dedos na pele. Este tipo de diferenças, podem trazer grandes mudanças no timbre de uma pele. Por isso novamente, tanto o angulo como o formato da borda ( o que finalmente determinará onde a pele estará apoiada) será o que definirá a tensão e o tratamento a ser dado nas bordas. Um corte a 35º permitirá maior contato, portanto produzirá um som mais seco. A 45º poderá ter maior sustain. Muitas tarolas, de propósito, tem ângulos de 35º. Cortes muito afiados nem sempre são os melhores; tudo depende do que você está procurando.

Antes de gastar, gastar e gastar em novas peles, gaste 10 minutos em observar o que realmente acontece no Departamento de Bordas da sua bateria. Não será suficiente só ver se o ângulo é de 45º. Devem ser lisas, muito regulares. O casco deve ser circular, bem circular. Devem ter uma consistência uniforme em toda a circunferência. Por exemplo, uma borda que tem 1,5 mm num setor e 3 mm em outro, já é um problema a vista. Se o chanfro é ondulado, com certeza não será consistente, completamente circular. O casco ao apoiá-lo numa superfície plana deve ficar reto. Apóie o tambor sobre um papel preto numa superfície plana, e ilumine com uma lanterna desde o interior e confira. Se tudo é consistente, plano, liso, é a marca de um bom candidato a ter um bom som. Se não, antes de gastar dinheiro em peles, considere gastar € para refazer as bordas. Será um dinheiro muito bem gasto...


PS: não sei se este é o sítio indicado para o topico.. Cumps

Última edição de SilverDrummer : Ter, 3 de Fevereiro de 2009 às 21:13.
SilverDrummer não está cá agora...   Citar esta Mensagem
Não lido Ter, 3 de Fevereiro de 2009   #2
Afonzo
 
Membro desde: 9-Set-2008
Local: Valpaços
Mensagens: 942
Afonzo é mesmo fixeAfonzo é mesmo fixeAfonzo é mesmo fixeAfonzo é mesmo fixeAfonzo é mesmo fixeAfonzo é mesmo fixe
Re: Importância das Bordas

Bom tópico, parabéns ... boa contribuição, mereces boa reputação
__________________
[SIGPIC][/SIGPIC]

Última edição de Afonzo : Ter, 3 de Fevereiro de 2009 às 22:15.
Afonzo não está cá agora...   Citar esta Mensagem
Não lido Ter, 3 de Fevereiro de 2009   #3
Eduardo Ferreira
 
Membro desde: 3-Jan-2008
Local: Lisboa
Mensagens: 141
Eduardo Ferreira será famoso em breve
Re: Importância das Bordas

Citação:
Mensagem Original de Afonzo Ver Mensagem
Bom tópico, parebéns ... boa contribuição, mereces boa reputação
Concordo
Eduardo Ferreira não está cá agora...   Citar esta Mensagem
Não lido Qua, 4 de Fevereiro de 2009   #4
Nelson Carreira
 
Membro desde: 7-Fev-2008
Local: Leiria/Rio de Janeiro
Mensagens: 689
Nelson Carreira é um glorioso foco de luzNelson Carreira é um glorioso foco de luzNelson Carreira é um glorioso foco de luzNelson Carreira é um glorioso foco de luzNelson Carreira é um glorioso foco de luzNelson Carreira é um glorioso foco de luzNelson Carreira é um glorioso foco de luzNelson Carreira é um glorioso foco de luzNelson Carreira é um glorioso foco de luzNelson Carreira é um glorioso foco de luzNelson Carreira é um glorioso foco de luz
Re: Importância das Bordas

Já agora, de onde retiraste a informação? No geral, parece-me bastante completo, mas não concordo com todo este ponto de vista...

Este artigo quase deixa subjacente que 45º é a melhor opção para os bearing edges, quando se sabe que tal não é verdade. Os bearing edges funcionam como "portal" entre a energia produzida pela vibração da pele e o casco. O ângulo e consequente superfície de contacto determinam o peso relativo que o casco e a pele vão ter no som final produzido. Bordas mais afiadas impõe superfícies de contacto inferiores, e como tal haverá uma menor transferência de energia da pele para o casco. Assim, quase toda a vibração fica contida na pele, o que resulta normalmente num som mais agudo, e com maior sustain, com uma maior dependência da pele utilizada, e menos dependente das qualidades do casco. Superfícies maiores proporcionam uma maior transferência de energia, que colocará o casco a vibrar, proporcionando um timbre mais rico e com mais graves, que dependerá mais da qualidade do casco e das madeiras utilizadas.

Por este motivo, por exemplo a Pearl utiliza bearing edges diferentes de componente para componente, na série reference, para no fundo, tentar tornar o som mais homogéneo. Bordas afiadas nos tons pequenos, para dar sustain e mater um timbre agudo, ficando progressivamente menos afiadas à medida que a medida do tom aumenta, para garantir mais corpo e mais graves aos timbalões maiores. No bombo, as bordas são mesmo completamente redondas, para maximizar a superfície de contacto entre a pele e o casco, e assim aumentar os graves.

A Gretsch por exemplo, utilizou sempre bordos a 30º e vez do standard 45º nos seus tons, tendo por isso um som tendencialmente com mais corpo, e com menos harmónicos (mais seco), que de resto se celebrizou como "that Gretsch sound", por se destacar das outras marcas.

No teu tópico, deixas trespassar que os bordos com ângulos menores têm tendência a ser mais irregulares, o que nem sempre é verdade. É realmente muito mais difícil conseguir um bom bearing edge de 30º do que de 45º, mas ainda assim há construtores que utilizam ângulos menores e que conseguem ainda assim manter muito mais qualidade nas shells. É muitíssimo mais regular uma borda de 30º da Gretsch, do que uma de 45º de marcas obscuras como a Century ou a Ranger, ou por aí adiante (vocês sabem!).

Para os construtores, as bordas são definitivamente uma forma de diferenciação, do ponto de vista do som que querem dar aos seus instrumentos. Tendo em conta que a maioria dos construtores, sobretudo custom (como a OCDP, a Pork Pie, a Truth, ou a SJC) utiliza cascos da Keller, se todos usassem exactamente o mesmo tipo de bordos, todos os kits soariam ao mesmo. Assim, cada qual adopta um tipo de bearing edge próprio, tentando assim criar a sua própria identidade, e conseguindo assim distinguir-se em relação às demais.

Para nós consumidores, é encontrar a marca que tem os bearing edges que mais se adequam ao nosso gosto pessoal, do ponto de vista do equilíbrio entre sustais e corpo, usando as técnicas que tão bem explicaste para conferir se estes são ou não regulares.

Abraços
Nelson Carreira não está cá agora...   Citar esta Mensagem
Não lido Qua, 4 de Fevereiro de 2009   #5
Lu Batera
 
Membro desde: 17-Jan-2007
Local: Barcelona
Mensagens: 750
Lu Batera é mesmo fixeLu Batera é mesmo fixeLu Batera é mesmo fixeLu Batera é mesmo fixeLu Batera é mesmo fixeLu Batera é mesmo fixe
Re: Importância das Bordas

Mais um tópico interessante. Obrigado, SilverDrummer, por trazeres à baila assuntos destes.
Lu Batera não está cá agora...   Citar esta Mensagem
Não lido Qua, 4 de Fevereiro de 2009   #6
Madeira
 
Membro desde: 3-Abr-2006
Local: Portimão
Mensagens: 7.615
Madeira é um glorioso foco de luzMadeira é um glorioso foco de luzMadeira é um glorioso foco de luzMadeira é um glorioso foco de luzMadeira é um glorioso foco de luzMadeira é um glorioso foco de luzMadeira é um glorioso foco de luzMadeira é um glorioso foco de luzMadeira é um glorioso foco de luzMadeira é um glorioso foco de luzMadeira é um glorioso foco de luz
Gosto Re: Importância das Bordas

Muito bom contributo! (avaliação do Assunto e reputação merecidamente atribuidos!)

ATENÇÃO! Nota-se no entanto, quer pela ortografia, quer pela gramática, que o conteúdo é originalmente brasileiro! NUNCA deves esquecer de colocar as fontes da informação! (assim que puderes, coloca aí!)


Em relação aos ângulos, pessoalmente sou da opinião do Nelson, onde, conforme o tamanho do tambor (e, consequentemente, da pele) deverão ser utilizados ângulos diferentes! (julgo que, excluíndo as baterias da série Reference da Pearl, poucos outros fabricantes sigam esta 'norma')


P.S. - Boa 'coragem' ao defenderes a língua portuguesa! (embora essa 'coragem provenha do texto original que colocaste)
O termo "bearing edge" infelizmente ainda é muito utilizado pelos batucadores de língua lusa, mas estou plenamente convencido que o termo "borda do tambor" (ou eventualmente "borda do casco") explica perfeitamente o que se pretende descrever.
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Madeira não está cá agora...   Citar esta Mensagem
Não lido Qua, 4 de Fevereiro de 2009   #7
SilverDrummer
 
Membro desde: 8-Jan-2009
Local: Coimbra
Mensagens: 514
SilverDrummer é uma jóia em brutoSilverDrummer é uma jóia em brutoSilverDrummer é uma jóia em bruto
Re: Estudo: A importância das Bordas nos cascos dos tambores (em inglês: 'bearing edges')

Eu retirei o texto de um site brasileiro, peço desculpa mas não me lembro mesmo qual foi o site. Não me limitei a fazer copy paste, o texto original estava inserido num texto sobre afinação, e achei interessante esta parte.

Peço desculpa por não me lembrar do nome site, para a proxima vou ter mais cuidado..

Nélson, muito obrigado pela tua contribuição, muito boa e falaste mais sobre o assunto, e esclareceste-me coisas que eu não sabia..


Peço desculpa mais uma vez, para a proxima terei mais cuidado em indicar as fontes.

Cumprimentos
SilverDrummer não está cá agora...   Citar esta Mensagem
Não lido Qui, 5 de Fevereiro de 2009   #8
Pipó
 
Membro desde: 25-Jan-2007
Local: Lisboa
Mensagens: 1.973
Pipó é um glorioso foco de luzPipó é um glorioso foco de luzPipó é um glorioso foco de luzPipó é um glorioso foco de luzPipó é um glorioso foco de luzPipó é um glorioso foco de luzPipó é um glorioso foco de luzPipó é um glorioso foco de luzPipó é um glorioso foco de luzPipó é um glorioso foco de luzPipó é um glorioso foco de luz
Re: Importância das Bordas

Citação:
Mensagem Original de Nelson Carreira Ver Mensagem
Já agora, de onde retiraste a informação? No geral, parece-me bastante completo, mas não concordo com todo este ponto de vista...

Este artigo quase deixa subjacente que 45º é a melhor opção para os bearing edges, quando se sabe que tal não é verdade. Os bearing edges funcionam como "portal" entre a energia produzida pela vibração da pele e o casco. O ângulo e consequente superfície de contacto determinam o peso relativo que o casco e a pele vão ter no som final produzido. Bordas mais afiadas impõe superfícies de contacto inferiores, e como tal haverá uma menor transferência de energia da pele para o casco. Assim, quase toda a vibração fica contida na pele, o que resulta normalmente num som mais agudo, e com maior sustain, com uma maior dependência da pele utilizada, e menos dependente das qualidades do casco. Superfícies maiores proporcionam uma maior transferência de energia, que colocará o casco a vibrar, proporcionando um timbre mais rico e com mais graves, que dependerá mais da qualidade do casco e das madeiras utilizadas.

Por este motivo, por exemplo a Pearl utiliza bearing edges diferentes de componente para componente, na série reference, para no fundo, tentar tornar o som mais homogéneo. Bordas afiadas nos tons pequenos, para dar sustain e mater um timbre agudo, ficando progressivamente menos afiadas à medida que a medida do tom aumenta, para garantir mais corpo e mais graves aos timbalões maiores. No bombo, as bordas são mesmo completamente redondas, para maximizar a superfície de contacto entre a pele e o casco, e assim aumentar os graves.

A Gretsch por exemplo, utilizou sempre bordos a 30º e vez do standard 45º nos seus tons, tendo por isso um som tendencialmente com mais corpo, e com menos harmónicos (mais seco), que de resto se celebrizou como "that Gretsch sound", por se destacar das outras marcas.

No teu tópico, deixas trespassar que os bordos com ângulos menores têm tendência a ser mais irregulares, o que nem sempre é verdade. É realmente muito mais difícil conseguir um bom bearing edge de 30º do que de 45º, mas ainda assim há construtores que utilizam ângulos menores e que conseguem ainda assim manter muito mais qualidade nas shells. É muitíssimo mais regular uma borda de 30º da Gretsch, do que uma de 45º de marcas obscuras como a Century ou a Ranger, ou por aí adiante (vocês sabem!).

Para os construtores, as bordas são definitivamente uma forma de diferenciação, do ponto de vista do som que querem dar aos seus instrumentos. Tendo em conta que a maioria dos construtores, sobretudo custom (como a OCDP, a Pork Pie, a Truth, ou a SJC) utiliza cascos da Keller, se todos usassem exactamente o mesmo tipo de bordos, todos os kits soariam ao mesmo. Assim, cada qual adopta um tipo de bearing edge próprio, tentando assim criar a sua própria identidade, e conseguindo assim distinguir-se em relação às demais.

Para nós consumidores, é encontrar a marca que tem os bearing edges que mais se adequam ao nosso gosto pessoal, do ponto de vista do equilíbrio entre sustais e corpo, usando as técnicas que tão bem explicaste para conferir se estes são ou não regulares.

Abraços
Este homem é uma "Drummer Bible"
Tá tudo dito.
Abraços!
Pipó não está cá agora...   Citar esta Mensagem
Não lido Sex, 6 de Fevereiro de 2009   #9
warlike
 
Membro desde: 5-Mai-2006
Local: Lisboa
Mensagens: 1.527
warlike é mesmo fixewarlike é mesmo fixewarlike é mesmo fixewarlike é mesmo fixewarlike é mesmo fixewarlike é mesmo fixewarlike é mesmo fixe
Re: Estudo: A importância das Bordas nos cascos dos tambores (em inglês: 'bearing edges')

Citação:
Mensagem Original de SilverDrummer Ver Mensagem
Andei a pesquisar umas cenas na net e venho partilhar aquilo que vi sobre a importância da borda dos tambores.

A borda é à parte que deveria estar em contato com a pele constantemente, e é o elemento essencial no ganho do sustain ou perda deste.

Se usa um jogo de tambores “vintage”, ou algo nesse gênero, o primeiro a se tomar em conta é a época ou a tecnologia utilizada e compreender que aqueles tambores foram desenhados para produzir um som que reflete o que era popular naquela época.

Qualquer um pode rapidamente determinar ate que ponto seu set será possível de ser afinado de um modo mais ressonante, independentemente das habilidades do “afinador” ou as peles utilizadas. Se depois de uma minuciosa observação a conclusão é que o tambor tem algum defeito de construção, repense o desejo de trocar as peles por novas, pois o som que você tem em mente simplesmente não será possível apenas trocando as peles, em outros casos com certeza pode funcionar.

Apenas pelo fato de tirar a pele de um dado tambor, a resposta haverá de estar ali, bem na sua frente. Muitos tambores antigos foram manufaturados com ângulos nas bordas entre 35º e 60º de chanfro na parte interna do casco. Na parte exterior do tambor, em muitos casos a borda é arredondada, em oposição de técnicas modernas de fabricação. Agora some a isto, um aro deformado ou torto, então não haverá a menor importância em qual pele foi escolhida, sempre haverá um elemento de distorção no som. Quanto mais próximo se chega a uma borda achatada, sem ângulo, ou uma borda de ate 35º, tanto interna quanto externa, ou até arredondada, dependendo dos casos, o tambor mostrará mais e mais distorções ou som de cartão. Com tambores mais modernos, geralmente com bordas a 45º, e uma superfície de apoio com menos de 1,5 mm, o sustain é mais eficaz..

A chave não é o formato do corte e sim o jeito que este interage com a pele sob tensão. É esta fina linha de área sob a pele no interior do tambor que no contato com ela (ou não), que irá produzir a tonalidade na circunferência total.

Se você passar o dedo suavemente pela face da pele, o efeito imediato será de abafar o som. Se a borda tiver uma superfície de contato de, digamos, 0,07 mm, a área total de contato num timbalão de 12” será de 2,97 cm quadrados, ou a mesma coisa que pegar a ponta do seu dedo indicador e apoiá-la na pele. Agora se dobramos o tamanho do que parece insignificante ( 1,4 mm ) contra os 0,07 mm do exemplo anterior, pode-se imaginar como esta pequena mudança afetará o som devido a superfície de contato entre a pele e a borda. Em nosso exemplo, seria como apoiar dois dedos na pele. Este tipo de diferenças, podem trazer grandes mudanças no timbre de uma pele. Por isso novamente, tanto o angulo como o formato da borda ( o que finalmente determinará onde a pele estará apoiada) será o que definirá a tensão e o tratamento a ser dado nas bordas. Um corte a 35º permitirá maior contato, portanto produzirá um som mais seco. A 45º poderá ter maior sustain. Muitas tarolas, de propósito, tem ângulos de 35º. Cortes muito afiados nem sempre são os melhores; tudo depende do que você está procurando.

Antes de gastar, gastar e gastar em novas peles, gaste 10 minutos em observar o que realmente acontece no Departamento de Bordas da sua bateria. Não será suficiente só ver se o ângulo é de 45º. Devem ser lisas, muito regulares. O casco deve ser circular, bem circular. Devem ter uma consistência uniforme em toda a circunferência. Por exemplo, uma borda que tem 1,5 mm num setor e 3 mm em outro, já é um problema a vista. Se o chanfro é ondulado, com certeza não será consistente, completamente circular. O casco ao apoiá-lo numa superfície plana deve ficar reto. Apóie o tambor sobre um papel preto numa superfície plana, e ilumine com uma lanterna desde o interior e confira. Se tudo é consistente, plano, liso, é a marca de um bom candidato a ter um bom som. Se não, antes de gastar dinheiro em peles, considere gastar € para refazer as bordas. Será um dinheiro muito bem gasto...


PS: não sei se este é o sítio indicado para o topico.. Cumps
Fontes, referências. Punhas a cereja no cimo do teu post.

Desde já, obrigado!

Abraço
warlike não está cá agora...   Citar esta Mensagem
Não lido Sex, 6 de Fevereiro de 2009   #10
JoãoCampos
 
Membro desde: 11-Fev-2008
Local: Aveiro
Mensagens: 1.300
JoãoCampos é um glorioso foco de luzJoãoCampos é um glorioso foco de luzJoãoCampos é um glorioso foco de luzJoãoCampos é um glorioso foco de luzJoãoCampos é um glorioso foco de luzJoãoCampos é um glorioso foco de luzJoãoCampos é um glorioso foco de luzJoãoCampos é um glorioso foco de luzJoãoCampos é um glorioso foco de luz
Re: Importância das Bordas

Citação:
Mensagem Original de Pipó Ver Mensagem
Este homem é uma "Drummer Bible"
Tá tudo dito.
Abraços!
Completamente!um dos mais instruídos do forum!
__________________
MISSOM
JoãoCampos não está cá agora...   Citar esta Mensagem
Não lido Sex, 20 de Fevereiro de 2009   #11
Nelson Carreira
 
Membro desde: 7-Fev-2008
Local: Leiria/Rio de Janeiro
Mensagens: 689
Nelson Carreira é um glorioso foco de luzNelson Carreira é um glorioso foco de luzNelson Carreira é um glorioso foco de luzNelson Carreira é um glorioso foco de luzNelson Carreira é um glorioso foco de luzNelson Carreira é um glorioso foco de luzNelson Carreira é um glorioso foco de luzNelson Carreira é um glorioso foco de luzNelson Carreira é um glorioso foco de luzNelson Carreira é um glorioso foco de luzNelson Carreira é um glorioso foco de luz
Re: Importância das Bordas

Citação:
Mensagem Original de Madeira Ver Mensagem
Em relação aos ângulos, pessoalmente sou da opinião do Nelson, onde, conforme o tamanho do tambor (e, consequentemente, da pele) deverão ser utilizados ângulos diferentes! (julgo que, excluíndo as baterias da série Reference da Pearl, poucos outros fabricantes sigam esta 'norma')
Em relação à utilização de bearing edges diferentes em função do tipo/dimensões de tambores, descobri que a Epiarch drums também usa uma política semelhante à da Pearl.

http://www.epiarchdrums.com/index_files/Page2560.htm

Acredito que outras marcas custom usem esquemas semelhantes. Quanto às marcas do "mainstream", preferem obviamente utilizar bordos o mais strandardizados possíveis, para evitar ter que estar alterar frequentemente parâmetros e calibrações de máquinas. Se os bordos forem todos iguais, fica muito mais rápido e fácil produzir em larga escala, em tempo/custo mínimo.
Nelson Carreira não está cá agora...   Citar esta Mensagem
Não lido Sex, 20 de Fevereiro de 2009   #12
Pipó
 
Membro desde: 25-Jan-2007
Local: Lisboa
Mensagens: 1.973
Pipó é um glorioso foco de luzPipó é um glorioso foco de luzPipó é um glorioso foco de luzPipó é um glorioso foco de luzPipó é um glorioso foco de luzPipó é um glorioso foco de luzPipó é um glorioso foco de luzPipó é um glorioso foco de luzPipó é um glorioso foco de luzPipó é um glorioso foco de luzPipó é um glorioso foco de luz
Re: Importância das Bordas

Citação:
Mensagem Original de Nelson Carreira Ver Mensagem
Em relação à utilização de bearing edges diferentes em função do tipo/dimensões de tambores, descobri que a Epiarch drums também usa uma política semelhante à da Pearl.

http://www.epiarchdrums.com/index_files/Page2560.htm

Acredito que outras marcas custom usem esquemas semelhantes. Quanto às marcas do "mainstream", preferem obviamente utilizar bordos o mais strandardizados possíveis, para evitar ter que estar alterar frequentemente parâmetros e calibrações de máquinas. Se os bordos forem todos iguais, fica muito mais rápido e fácil produzir em larga escala, em tempo/custo mínimo.
Com o devido respeito que a marca Epiarch drums merece não posso deixar de dizer que a Canopus Drums já utiliza essa técnica de bearing edge há mais de 10 anos. Cada medida de tom tem um bearing edge com angulo diferente de modo a ganhar o máximo de ressonância possivel do casco. Tem uma explicação excelente aqui:
http://www.canopusdrums.com/en/canop...ept/index.html

Abraços
Pipó não está cá agora...   Citar esta Mensagem
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