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Sex, 11 de Maio de 2007 | #1 |
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[Entrevista] FRED STONE, baterista de Blasted Mechanism - Entrevista exclusiva
Para o primeiro número de uma série que espero que seja longa de entrevistas a bateristas profissionais a actuar em Portugal, resolvi começar pelo Fred Stone.
Fred Stone, também conhecido com Sinc ou simplesmente como sendo o baterista de Blasted Mechanism, é de origem brasileira mas já está há uns anos em terras portuguesas. Quanto a mim é um baterista que vale a pena conhecer e ouvir devido à sua diversidade musical e pela sua técnica de execução. 1. Sei que começaste a tocar ainda muito novo. Como é que isso aconteceu? Que te levou a quereres tocar bateria? Comecei a tocar bateria aos 13 anos de idade, inscrevi-me numa escola de música em São Caetano do Sul – São Paulo. Desde muito pequeno sempre quis tocar bateria, tenho algumas fotos com panelas, caixas de papelão e outras cenas para bater. Não consigo identificar o que me impulsionou a tocar. 2. Aprendeste a tocar sozinho ou inscreveste-te numa escola? Tens formação musical? Um pouco dos dois. Estudei bateria durante 6 meses na tal escola, depois o professor achou melhor eu ir estudar com outra pessoa e disse-me que não havia muito mais para me ensinar (ele devia ser meio fraquinho), e depois disso nunca mais tive um professor. No entanto, dos 9 aos 13 anos estudei violão clássico, logo sei (agora muito lento) ler partituras em clave de sol. Foi fácil a partir dai apreender a ler partes de bateria. 3. Quais foram (e são), os teus bateristas de referência? Neil Peart (Rush) para mim é o maior, comprava partituras das musicas dele, apreendi muito com esse gajo. Jonh Bohan (Led Zeppelin) Ian Paice (Deep Purple) Bill Bruford (Yes/King Krimson) Stewart Coperland (Police) Phill Collins (Genesis) Etc. 4. Achas importante os bateristas que estão a começar terem aulas ou um professor particular, ou achas que aprender sozinho poderá ser também um bom meio para se atingir um bom nível de execução? É claro que é bom e até mais fácil ter um mestre. Alcança-se objectivos mais rapidamente, mas tem um lado negativo porque formata-nos para apreendermos o que fazer e o que não fazer segundo o mestre. O facto de apreender sozinho pode nos trazer mais singularidade e distinção. 5. Ao longo da tua carreira já tiveste o privilégio de tocar em projectos diferentes com pessoas diferentes. Houve alguma participação que recordes como tendo sido uma experiência muito enriquecedora e que tenhas achado que te tenha marcado como músico? Sim, chama-se Blasted Mechanism. Aqui tudo é possível porque não há à partida um formato a respeitar. Posso tocar salsa, rock, drum’n bass, valsa, samba, enfim qualquer coisa. Esse tipo de raciocínio me fez rever muita coisa, inclusive a musica brasileira. 6. Reparei no concerto de lançamento do mais recente trabalho de Blasted Mechanism, Sound in Light, que a tua bateria está cada vez mais hibrida com a inclusão de mais equipamento digital. Qual o teu setup actual ao vivo? Toco com uma Pearl MRX Master Series Limited Edition com bombo 22x18, tons 10x8, 12x9,5 e 14x13. A tarola é uma DW Collector’s 14x6,5. Junto uma Roland TD12 com 1 pad de tarola , 2 pads de tons e 2 pads de pratos, uso também um trigger no bombo para tocar 2 musicas. Os pratos são Zildjian série Z: hi-hats 14”, Crashs 18” e 16”, Ride 22”, China 18” e um splash cortado de um 16” em forma de quadrado. O hardware é todo misturado, tem de tudo. 7. Ainda tens aquela vontade de ter um kit de “sonho”, daqueles praticamente impossíveis de concretizar? Se sim, qual é o teu kit de sonho? Não, eu já tenho o kit que gosto, mas claro que vamos querendo fazer umas modificações aqui e ali, mas tenho o que quero ter. Isso realmente não é muito importante, lembro-me perfeitamente bem do som que sacava com a minha antiga Pearl Export. Muito bom! O importante é termos algo para dar, o kit é só o veiculo utilizado para comunicar. Quando o texto é bom, não sofre alteração por quem o lê. A mensagem passa. È importante ter o que falar. 8. Voltando à Aula Magna, o som da bateria surpreendeu-me bastante. Achei que o bombo estava muito poderoso e todo o kit estava com uma definição sonora muito acima da média. Qual o segredo para tal som? Nenhum. Ou melhor, tenho um grande técnico ao vivo, chama-se Dominique Borde e é também responsável técnico do espectáculo e dos discos da banda. Todo o som dos Blasted passa por ele. 9. Falando um pouco de Blasted Mechanism. Têm um novo álbum, entraram directamente para o 2º lugar do top nacional, aparecem com um renovado e excelente conceito de concerto e com uns novos fatos muito interessantes esteticamente. Como é que é tocar em Blasted? È bom, como já disse acima é ter oportunidade de tocar de tudo numa banda só. 11. O Winga é actualmente tido como um dos melhores percussionistas nacionais, qual a vossa relação em termos rítmicos e como é que pensam no que cada um faz nas músicas? Já aconteceram casos de choque de ideias entre vocês os dois, ou sai tudo naturalmente e cada um sabe o seu espaço? Já aconteceram muitos choque entre nós porque somos completamente diferentes, ele estuda e tem mestres e eu sou um anarquista liberal, para mim as regras tem de ser quebradas para existir as surpresas, quem não as quebra não inova. Sem duvida alguma, ele é o melhor percussionista português, é um prazer enorme tê-lo ao meu lado no palco. Muitas coisas saem naturalmente, e como em todas as relações, a linguagem utilizada e o espaço de cada um vai adaptando-se e tornando-se coeso. 10. O teu fato tem 4 “asas” nas costas, tocar com aqueles adereços mais o capacete não te atrapalha nos movimentos, principalmente tendo em conta que há alguns ritmos tecnicamente exigentes? Claro que atrapalha, mas isso faz parte dos Blasted. No pain! No gain! 11. Os fatos são realmente quentes como aparentam ser ou até se suportam bem num concerto de 2 horas?! São realmente quentes. Nos gigs com muito calor perde-se uns quilos. A questão de suportar ou não é como tudo, adapta-se. Com ou sem fatos é sempre preciso saber controlar e dosar a sua energia durante um concerto, pois senão corres o risco de não chegar ao fim. 13. Para terminar, peço-te umas palavras especialmente dirigidas aos membros do BateristasPT. Malta, é um prazer para mim fazer parte desta comunidade, é muito bom saber que afinal ha alguma organização em tudo isso. Há muito tempo que faltava uma coisa assim. Bom e de resto é o seguinte: Forte ou fraco, com rimshot ou não, o importante é sermos íntegros e fazermos passar através de nosso corpo aquilo que sentimos e com isso alcançar os ouvidos de quem quer ouvir. Get your power on!! Em nome de todos os membros da comunidade, muito obrigado pela entrevista! Endereço dos Blasted Mechanism: http://www.blastedmechanism.com/ -------------- Podem comentar a entrevista!
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Baquetas BateristasPT-Missom Última edição de Miguel Martinho : Sáb, 12 de Maio de 2007 às 11:27. |
Sex, 11 de Maio de 2007 | #2 |
Membro desde: 9-Mar-2007
Local: Lx
Mensagens: 244
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Muitos, muitos parabéns pela entrevista e um grande obrigada ao Fred por se dispôr a responder às perguntas...
Gostei do facto da mesma abarcar um pouco da biografia do Fred - dá para compreender melhor os caminhos que levam alguém a começar a batucar - mas gostei também do facto de terem abordado o material - e a maneira de melhor o aproveitar, mas também a abordagem do factor tocar ao vivo - e a importância não só de tocar bem, mas de ter técnicos que ajudam a obter "aquele som"... e ainda falaram do quão complicado deve ser tocar com aqueles fatos em cima... Portanto, cinco estrelas para a entrevista e mais cinco estrelas para o entrevistado!!! |
Sex, 11 de Maio de 2007 | #3 |
Membro desde: 16-Jan-2007
Local: Leiria
Mensagens: 1.054
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Excelente entrevista Hammer! De fácil leitura e esclarecedora. Gostei da forma simples e "humilde" como o Fred comunicou a sua experiência de baterista ao Fórum! Gostei particularmente do facto dele frisar que apesar de ter todo o respeito pela formação académica e pelas regras, também é bom quebrá-las, para dessa forma podermos evoluir como bateristas, como músicos e de uma forma original e com um cunho próprio! Força e continua que vais bem
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"...água fura em dura mole, tanto dá até que pedra..." |
Sex, 11 de Maio de 2007 | #4 |
Membro desde: 3-Abr-2006
Local: Figueira da Foz
Mensagens: 839
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Excelente contribuição Hammer!
Eu só acrescentava duas questõeszinhas que acho (pessoalmente) interesantes: 1- Que metodos/livros/videos estudaram e aconselham especialmente? 2-Conselhos para os bateristas iniciantes? |
Sex, 11 de Maio de 2007 | #5 |
Membro desde: 3-Abr-2006
Local: Bobadela/Lisboa
Mensagens: 7.215
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O Fred já é membro deste forum, por isso até pode ser que ele venha aqui e responda às questões do Quim.
No entanto, o Fred responde mais ou menos à primeira pergunta na entrevista, ele estudou muito o trabalho do Neil Peart. À segunda também acaba por responder ao dizer que é bom procurarem um mestre (como ele diz), mas também é bom evoluirem por conta própria. Aproveitem as oporunidades
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Baquetas BateristasPT-Missom Última edição de Miguel Martinho : Sex, 11 de Maio de 2007 às 20:53. |
Sex, 11 de Maio de 2007 | #6 |
Membro desde: 3-Abr-2006
Local: Figueira da Foz
Mensagens: 839
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Sim tens razão li melhor a entrevista e ele acaba por responder as minhas questões!!
Parabéns pela ideia! Continua! |
Sex, 11 de Maio de 2007 | #7 |
Membro desde: 22-Mar-2007
Local: Porto
Mensagens: 859
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Parabéns ao Fred e aos Blasted pela lufada de ar fresco que são no panorama musical português!
Abraços |
Sex, 11 de Maio de 2007 | #8 |
Membro desde: 3-Abr-2006
Local: Maia
Mensagens: 2.119
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gostei mt!!!!
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Sex, 11 de Maio de 2007 | #9 |
Membro desde: 13-Mar-2007
Local: Porto
Mensagens: 239
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Curti muito!! o Fred é um grande baterista sem duvida, e ve-se pela sua versatilidade, pra mim é um dos melhores bateristas a nivel nacional! E ja agora tambem quero dar os Parabens ao Hammer pela sua excelente ideia de entrevistar os bons bateristas nacionais!
Ps: já agora Hammer se nao for pedir muito heh, se puderes entrevista o Mike Gaspar dos Moonspell e o Paulo Martins dos Ramp, curtia muito! Abraço. Última edição de P.Alex : Sex, 11 de Maio de 2007 às 23:45. |
Sáb, 12 de Maio de 2007 | #10 |
Membro desde: 3-Abr-2006
Local: torres novas<->lisboa
Mensagens: 164
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Excelente iniciativa!
Parabéns pela entrevista e pelo músico escolhido para começar!!! Para mim Blasted é sem dúvida a melhor banda Portuguesa ao vivo. Cumps! |
Sáb, 12 de Maio de 2007 | #11 |
Membro desde: 1-Jun-2006
Local: Recarei Porto
Mensagens: 280
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venham mais parabens pela iniciativa hammer
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Sáb, 12 de Maio de 2007 | #12 |
Membro desde: 3-Abr-2006
Local: Quinta do Conde
Mensagens: 401
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Muito bom , parabens e continuem a publicar mais umas entrevistas
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Sáb, 12 de Maio de 2007 | #13 |
Membro desde: 5-Abr-2006
Local: Barreiro
Mensagens: 1.244
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excelente
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Dom, 13 de Maio de 2007 | #14 |
Membro desde: 5-Mar-2007
Local: guimarães
Mensagens: 207
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mt bom mesmo, os meus parabens ao hammer pela ideia de entrevistar bateristas portugueses e tambem ao fred por ser um baterista excelente e por tocar numa das minhas bandas preferidas, e tambem pela forma simples e directa como respondeu as perguntas do hammer. parabens aos dois e fred ate logo porque vou ver blasted a queima de braga...
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odeio assinaturas |
Dom, 13 de Maio de 2007 | #15 |
Membro desde: 16-Abr-2006
Local: qta do conde
Mensagens: 2.374
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excelente!
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Seg, 14 de Maio de 2007 | #16 |
Membro desde: 19-Jul-2006
Local: R/C esq...
Mensagens: 103
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cada vez mais tenho orgulho em pertencer a este forumparabens pela entrevistao fred stone é dos melhores em Portugal,e sim,o Winga é o melhor percussionista de portugal
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Bora la fazer a Revolução.. |
Qui, 18 de Outubro de 2007 | #17 |
Membro desde: 3-Abr-2006
Local: Portimão
Mensagens: 7.615
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Obrigado Fred Stone!
Resolvi desenterrar este post, no seguimento do recente concerto dos Blasted em Lagos, e também porque quero aqui publicamente agradecer ao Fred Stone a sua disponibilidade para responder às perguntas do Hammer e com isso beneficiar-nos a todos aqui no fórum. Por pouco que possa parecer (obviamente que TODOS teríamos muitas mais perguntas para fazer), foi mesmo muito enriquecedor!
Tenho um especial apreço pelo Fred, pois observo a sua actuação nos concertos de Blasted (como a todos os membros) e não encontro ali poses de vedeta naqueles palcos...! Vejo em todos os membros esta forma de estar nos concertos, (com toda a 'fanfarra' e actuação cénica que os concertos de Blasted impõem) e encontrar músicos com o desempenho como eles têm e com esse tipo de atitude deixa-me sempre muito impressionado! Tal como disse o Fred, "no pain, no gain". Sem esforço não se chega a lado nenhum! Para mim, são um exemplo. Obrigado! |
Qui, 10 de Setembro de 2009 | #18 |
Membro desde: 24-Ago-2009
Local: Setubal
Mensagens: 810
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Re: FRED STONE, baterista de Blasted Mechanism - Entrevista exclusiva
Relamente ainda bem que o desenterraste senao ainda nao tinha visto.
Mtob bom parabens ao fred aos blasted e ao hammer pela oportunidade. O ano passado vi-os aki na Feira em Setubal e estava com um PDP que por sinal bem linda n sei se foi um acaso. Mais uma vez parabens Tiago |
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